Eduardo Almeida
Essa
eleição de
2010 em
Sergipe (quem dera que fosse a última!) me marcou não por
quem ganhou ou deixou de ganhar, mas pelas singularidades que
enxerguei - e como sou bom nisso! - pois pra mim foi a eleição do
"preto e do negão".
Fiquei
a cismar, pensativo, quando vi na propaganda eleitoral um candidato a
deputado, se não me falha a memória, cujo discurso continha a
seguinte passagem: "....um PRETO e pobre como eu..."!!! ??
Igualmente cismado fiquei ao ver um dos candidatos so governo do
estado, profetizar que "Sergipe quer o NEGÃO de volta",
além de seus seguidores se intitularem de "o deputado do
negão", "o senador do negão" e por aí vai. Isso sem
contar que na eleição passada, quando o mesmo candidato, derrotado
pelo atual governador tinha como slogan "o NEGÃO e o
cabeção"!!! Além disso, passei por um carro estacionado onde
se lia em um adesivo novidro traseiro: "FOI PRESENTE DE DEUS,
NEGÃO ABENÇOADO".
Me
perguntei então se não seria crime de preconceito os termos 'NEGÃO,
PRETO, etc.'. Me perguntei também o por que deles poderem assim se
tratarem e nós não.
Quando me refiro a 'eles', são os
"descendentes afro-brasileiros", ou "cidadãos de
cor", como nós, "brancos", "descendentes
europeus" (???) devemos chamá-los, caso contrário, toda sorte
de movimentos afro-brasileiros e ong´s de proteção à cultura afro
e ao cidadão de cor virão correndo nos processar em defesa contra a
discriminação racial desses que eles mesmos chamam de "NEGÃO"
e "PRETO".
Isso não se traduz em incoerência
ou estou errado? Puxa,
me senti discriminado!!!
Seria
trágico se não fosse cômico? Seria cômico se não fosse trágico?
Agora querem até boicotar Monteiro Lobato!!! Cotas para negros na
universidade?? È bom refletirmos que o politicamente correto pode
ser perigoso e hipócrita, sem esquecermos que quando duas mãos se
apertam, refletem no chão uma sombra da mesma cor.
Infelizmente,
temos que ter cuidado ao lidar com esse assunto, senão...a coisa
fica PRETA pro nosso lado!!!